quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Modernidade descartavel

A imagem acima estava hoje no blog Diário de Motocicleta, do Duda Bueno. Ela me fez passar um tempão pensando nas motos e carros antigos, que podiam ser restaurados ou consertados usando-se apenas ferramentas básicas, sem a necessidade de nenhum equipamento ou conhecimento complicado para mexer, por exemplo, na elétrica.
Sim, a tecnologia evoluiu muito, e os veículos estão cada vez mais seguros e eficientes. Infelizmente, eles também estão cada vez mais descartáveis. A abertura do programa Mestres da Restauração, do History Channel, tem uma frase que eu acho sensacional: “Você se lembra quando as pessoas tinham orgulho de seus trabalhos e as coisas eram feitas para durar?“    
Nada contra a tecnologia, pelo contrário, sou fã dela. Mas não dá para deixar de reparar que a obsolescência programada é uma realidade. As coisas são feitas para funcionarem apenas por um determinado tempo, não há o menor interesse em se criar algo que dure décadas, e que possa ser reformado indefinidamente.
O legal é o novo, é o moderno, é o último tipo. Mesmo que você não precise dele, e que ele vá ser substituído em apenas seis meses.
Longevidade não é a palavra deste século. O que é estranho, pois já se reciclar se tornou tão importante, manter as coisas funcionando por mais tempo deveria ser ainda mais importante. O plástico substitui o metal por custo, mas quebra com facilidade. A cola substitui a solda, mas torna impraticável a restauração de um monobloco.
O trabalho manual parece ser algo dispensável, quase de segunda categoria, na era da informação. Por isso vejo com bons olhos esse movimento do faça você mesmo, de se restaurar peças e objetos antigos, dos mais jovens que, frustrados com a perspectiva de uma vida dentro de escritórios, estão buscando outros trabalhos, mais criativos, muitas vezes ligados à habilidade manual ou de construção.
É só ver as barbearias no estilo old school lotadas. Os antiquários que restauram peças de cozinha, como batedeiras e liquidificadores, vendendo essas peças como nunca, e para pessoas que não as usam de enfeite. O interesse por Harleys e motos vintage, e em mantê-las funcionando. Há um grande mercado para as pessoas que se interessam pelo jeito tradicional de se fazer certas coisas.
Não é saudosismo, pois a minha geração não viveu essa época. Já nasci em um mundo que estava sendo revolucionado pela informática. É simplesmente algo que faz sentido e que deveríamos resgatar.
O trailer do filme acima é um bom exemplo do que estou falando. Chama-se “The Light Bulb Conspiracy”, e conta como certas coisas são feitas propositalmente frágeis, de forma a não durar mais que o necessário. fonte;     olddogcycles                                                                                                                              

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